O ser humano adora adotar posturas polarizadas. Uns preferem a praia, outros a montanha, Mac ou Pc e assim por diante.
Então, como designers, podemos nos permitir a uma reflexão: o minimalismo x maximalismo. Escrito assim, até parece que são duas formas de expressão adversárias, mas na verdade podem ser estrategicamente utilizadas de forma eficaz nas mais diversas situações.
O minimalismo é uma manifestação artística que se caracteriza pelo uso mínimo de recursos gráficos para se reproduzir uma idéia ou conceito. Quer um exemplo clássico? A logo da Apple é um deles. O conceito da empresa se inspira em duas famosas histórias: a primeira delas seria da elaboração da lei da gravidade por Isaac Newton. Este, encostado à uma macieira, teria inspirado sua teoria da gravidade ao ver cair uma maçã da árvore. A Apple então, vinculou seus produtos à inteligência e conhecimento científico desse personagem histórico. A primeira logo da empresa inclusive, era uma ilustração muito rebuscada que representava o fato descrito acima. A outra versão é a de que Adão e Eva adquiriram conhecimento ao comer do fruto de uma árvore iconicamente representado por uma maçã. Ao longo das décadas, a identidade da Apple sofreu algumas alterações, até chegar à versão atual: uma única forma extremamente simples e de fácil leitura, adaptada à linguagem visual contemporânea. Uma logomarca minimalista.
Na contramão do estilo minimalista, temos o uso irrestrito de cores, formas, imagens e ícones em uma composição. É o estilo maximalista. Exuberante e rebuscado, usa e abusa das cores quentes e frias, juntas ou separadas em uma mescla aparentemente caótica, mas visualmente eloquente. Apesar de muitos profissionais definirem o maximalismo como cafona, sua aplicação pode ser uma boa solução para projetos onde até mesmo o kitsch é permitido, conferindo charme e personalidade à obra.
A discussão aqui não é sobre o certo ou errado. É de como a exploração consciente e bem feita dos diversos recursos disponíveis podem solucionar um problema e permitir que o cliente receba um bom trabalho.
Então, cartão vermelho para os preconceitos ou posições arbitrárias. Vamos tentar entender o design não apenas como recurso estético, mas como uma ferramenta que usada da forma certa, transmite pensamentos, conceitos e informações.
