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Arquétipos de marca – conheça seus modelos e suas aplicações para o marketing

Os arquétipos de marca são conceitos, fundamentados na psicologia, para descrever padrões de comportamentos e usados pelo marketing para gerar melhores conexões com os consumidores. Entenda mais sobre essa ideia aqui.
13 de setembro de 2023

A ideia dos arquétipos de marca veio do desenvolvimento do neuromarketing, no início da década de 1990, com os trabalhos de Gerry Zaltman, da Universidade de Harvard e com o trabalho das autoras, Carol S. Pearson e Margaret Mark, em 2001.

Enquanto o neuromarketing busca entender a jornada do consumidor e o que de fato influencia e move as decisões dos clientes, fundamentados na neurociência para identificar as reações geradas no cérebro humano quando as pessoas recebem determinados estímulos; os arquétipos de marca são pautados pelos conceitos da psicologia analítica.

Dentro do marketing digital, usar o conceito dos arquétipos se tornou uma excelente maneira de humanizar a sua marca, montar boas estratégias de comunicação e melhorar o seu posicionamento no mercado.

Confira a seguir quais são esses arquétipos, porque aplicá-los na sua marca e como fazê-lo. 

Arquétipos – origem e conceitos

Desenvolvido por Carl G. Jung, psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, os arquétipos são um conceito utilizado para representar padrões de comportamento associados a um personagem ou papel social.

Jung também desenvolveu o conceito do inconsciente coletivo e, segundo o psiquiatra, esse inconsciente é uma espécie de união de materiais herdados (passados de geração para geração) contendo traços comuns a todas as pessoas.

Embora não seja tão simples de compreender, afinal estamos entrando em uma escola bem específica da psicologia que foge do freudismo (psicanálise) que é bem mais popular.

Conforme apontado pelo Sebrae, [Jung] “os definiu como padrões de imagens universais e que ressoam em todos os seres humanos, independente da cultura, raça ou período histórico, uma tendência natural que o ser humano tem de formar representações ou imagens, podendo ser chamados também de “modelos originais de comportamento”. Esses arquétipos, quando identificados, geram uma emoção e entendimento imediatos.”

Ou seja, para Jung, os arquétipos representavam as motivações básicas do ser humano (valores, personalidades e crenças) que provocavam emoções e geravam conexões entre os indivíduos e foram classificados em 12 tipos principais.

Embora o conceito de arquétipo tenha sido fundamental para o desenvolvimento do neuromarketing, como falamos, foi com o livro “O herói e o fora da lei” das autoras, Carol S. Pearson e Margaret Mark que fomos apresentados, pela primeira vez, ao conceito de Jung sendo aplicado no marketing, apelidados então de arquétipos de marca.

As duas passaram a defender a ideia de que as marcas precisam gerar uma ligação real com seu público e que, assim como as pessoas, as empresas também possuem valores, personalidades e crenças.

“O uso dos arquétipos no marketing é, portanto, uma forma de definir uma identidade forte para a marca, de criar conexão com o público e de permitir que o consumidor se identifique com os objetivos e os propósitos da empresa. Nesse sentido, os arquétipos fortalecem a ideia de que ter algo não basta para atender o cliente, ou seja, é preciso ter em mente o desejo, as implicações sociais e os gatilhos emocionais que envolvem o ato de realizar compras específicas.”

Portal do Sebrae

Para seguirmos no tema com mais clareza, conheça os 12 arquétipos propostos por Carl G. Jung. [2]

  • O Inocente;
  • O Sábio;
  • O Herói;
  • O Fora da Lei;
  • O Explorador;
  • O Mago;
  • A Pessoa Comum;
  • O Amante;
  • O Bobo;
  • O Cuidador;
  • O Criador;
  • O Governante.

1- O inocente

Como o nome diz, o inocente reflete a imagem da infância e juventude, transmitindo certa ingenuidade. Pode ser representado por palavras como pureza, simplicidade, espontaneidade, diversão e liberdade.

Esse arquétipo pode ativar sensações de nostalgia, confiança e sinceridade. O maior exemplo de marca que usa esse arquétipo é a Coca-Cola – alguns comerciais ou peças publicitárias enfatizam essa essência mais leve, como no slogan “Abra a felicidade”.

Se escolher o inocente como arquétipo de marca, explore a honestidade, a transparência e o otimismo por meio de tons coloridos e pastéis, comunicação divertida, simples e descomplicada.

2- O sábio

Ligado à inteligência, ao poder de análise, conhecimento e ao ato de pensar. Tem como essência a ideia do que detém as fontes de informação, aquele que é confiável e que tem opinião – perfeito para a área da saúde!

Para “ativar” esse arquétipo, você pode assumir o papel de guia – por estar associado à educação, a sua comunicação deve passar confiança e autoridade no seu nicho. Um excelente exemplo é a plataforma de palestras TED.

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3- O herói

Esse é o arquétipo mais trabalhado e explorado em geral.

A jornada do herói é um conceito bem antigo e fala de alguém que precisa atravessar as dificuldades para alcançar a realização. Ele transmite coragem, ousadia e determinação, busca viver fora da zona de conforto, ultrapassando os desafios em busca de um mundo melhor.

O maior exemplo desse arquétipo de marca é o da Nike, com o seu slogan “Just do it.”

Para transmitir a essência do herói, sua marca precisa passar a sensação de determinação, com um legado positivo, resolver problemas e inspirar o consumidor a realizar algo relevante para ele por meio de uma comunicação que encoraje e anime.

4- O fora da lei

Ao contrário do herói, o arquétipo do fora da lei evoca a essência de quebrar as regras, de abrir para mudanças e lutar contra as autoridades. Busca viver de acordo com suas próprias leis, com grande ousadia.

Sua personalidade questionadora, rebelde, que desafia o status quo, transmite a ideia de revolução e independência. A marca Harley-Davidson transmite perfeitamente a aura deste arquétipo, incorporando o tom de rebeldia em todo o seu branding.

5- O explorador

Liberdade define essa essência.

O explorador tem o espírito livre, quer conhecer novas culturas, novos lugares, é movido pelo desejo de descoberta e de aventura. Possui fortes características individualistas, é pioneiro, independente e inquieto e busca por novas experiências

A marca de roupas Patagônia retrata o arquétipo do explorador no seu branding.

Para usar dessa essência, suas estratégias devem conter emoção, ser arriscada e autêntica, proporcionando experiências relevantes, já que o consumidor quer sentir que a marca possibilita seu lado explorador.

6- O mago

A personalidade do mago conta com um ar de mistério, visão, criatividade, disrupção, ilusão e magia. É uma essência leve, que brinca com o misticismo, com o idealismo e o sobrenatural.

A Disney e a Red Bull se apresentam com fortes características desse arquétipo.

7- A pessoa comum

A pessoa comum é o arquétipo que se conecta ao pertencimento, se refere ao vizinho ao lado, a pessoa real que exprime uma sensação de confiabilidade e solidariedade.

Pode ser visto em personagens mediadores, com características que geram identificação. O melhor exemplo para esse tipo é a Havaianas.

Para aplicar o arquétipo à sua marca, saiba que ele se relaciona com conceitos de humildade, praticidade, democracia e acessibilidade. Nada muito rebuscado, use uma comunicação direta e assertiva com um storytelling que gere identificação imediata.

8- O amante

Relacionado ao amor em geral, o anseio mais profundo do amante é gerar conexão e se entregar a seu objeto de desejo e amor. Suas características são a paixão, a sensualidade, o comprometimento e a empatia.

Diversas marcas de luxo costumam trabalhar com esse arquétipo, como a Dior e a Victoria’s Secret.

Para ativar a essência do amante, a marca deve ajudar as pessoas a sentirem-se valorizadas através da personalização, incentivar seu consumidor a realizar seus desejos mais profundos, criar relacionamentos e conexões com seu público, além de despertar intimidade e sensualidade.

9- O bobo

Também conhecido como “o comediante”, este arquétipo é marcado pelo riso, pela descontração e diversão, bom humor e irreverência, é a essência da despreocupação, do otimismo.

A Netflix e a marca Doritos são dois exemplos que despertam a vontade de aproveitar a vida e os momentos de prazer.

A marca que escolher trabalhar com esse arquétipo pode abusar do bom humor, auxiliar seu consumidor a se divertir, incentivar momentos de lazer e bem-estar. A comunicação espontânea e por meio de memes pode ser uma ótima abordagem para esse nicho.

10- O cuidador

O cuidador evoca características de proteção, altruísmo, generosidade, compaixão e dedicação. Um arquétipo que traz a figura da mãe como principal símbolo, mas que não se reduz a ela.

As grandes marcas com esse perfil tendem a se posicionar em relação a assuntos pertinentes e/ou humanitários, como a Unicef e a Omo.

No marketing do cuidador, foque no acolhimento e humanização. Sua marca deve prover meios para o consumidor cuidar de si, auxiliar em causas relevantes e trazer a empatia como foco essencial.

11- O criador

Inventivo, inconformista e artístico, o criador personifica as características inquietas da mente. Essa essência está sempre se questionando em relação à existência humana, quer descobrir novas formas de fazer as coisas, deseja inventar algo relevante, com significado.

A marca Lego é o melhor exemplo do arquétipo de marca do criador.

Marcas visionárias, que estimulam a imaginação, a transformação e a genialidade precisam proporcionar ao público a chance e o espaço para se expressar, criar e explorar sua capacidade artística ou engenhosa. 

12- O governante

O governante é aquele que exerce  liderança, que detém grande poder de persuasão. É ele quem cria a ordem através da responsabilidade, da organização e do exemplo. Sua essência fala de estabilidade, segurança, ações coesas, sucesso e status

Dois nomes que usam esse arquétipo de marca são a Rolex e a Microsoft, duas marcas com autoridade nos seus respectivos nichos.

Para utilizar essa abordagem, seu marketing deve ser voltado ao estabelecimento da ordem, proporcionar organização e criar estabilidade, poder e controle.

Os benefícios de usar os arquétipos de marca

Posicionamento de marca e branding são alguns termos que você irá encontrar com frequência associados aos arquétipos de marca, afinal, ao definir a personalidade da sua marca e estabelecer as estratégias de marketing ideais possibilitam uma maior conexão com seu público.

E é exatamente isso que queremos – gerar um relacionamento real e com propósito.

Aposto que você conseguiu visualizar todos os arquétipos citados anteriormente através das marcas que os utilizam. Essas marcas que aplicam uma ou mais imagens arquetípicas à sua essência, garantem maior profundidade, logo, constroem mais opções em relação ao seu público, produto, identidade e posicionamento em geral.

Para ficar ainda mais claro, vamos voltar ao arquétipo Amante e a marca Dior – quando se compra um objeto de luxo, uma roupa, por exemplo, você não está comprando uma vestimenta, está comprando o status, a experiência, o nome e a estética da marca Dior.

E mesmo quando não somos a persona de determinada marca, conseguimos reconhecer o significado que aquela peça carrega. O mesmo pode ser entendido através do exemplo das motos Harley-Davidson, compra-se a experiência de poder se deslocar com tal veículo.

Podemos citar ainda outros vários exemplos sobre o que nos leva a comprar o café da Starbucks em detrimento do cafezinho, muito mais barato, da esquina?

É isso que você precisa despertar no seu público, o sentimento de exclusividade, de qualidade e de garantia.

Entenda quais são os pontos fortes da sua empresa, identifique o arquétipo de marca que mais ressoa com a abordagem desejada para, então, começar a planejar as suas estratégias de marketing.

Nós sabemos como o comportamento do consumidor mudou nesses últimos anos e sabemos também que se encontrar ou se ressignificar pode ser um desafio e tanto, portanto, entender conceitos como o do arquétipo é essencial para garantir o seu sucesso.

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